terça-feira, 25 de outubro de 2011

RETROSPECTIVA 2008

Texto postado no meu blog antigo em 04 de dezembro 2008:

A entrevista à neurocientista americana Jill Bolte Taylor a revista VEJA,03/12/2008, trouxe-me uma surpresa e simultaneamente a vontade de compartilhar com vocês algo que vivi, leiga em se tratando de coisas científicas; não totalmente, é claro, mas o suficiente para desconhecer o que eu estava vivendo. Embasada no desejo de tentar ajudar pessoas que possam estar passando ou passaram uma truculência desse nível, divido aqui minha experiência.
Há mais ou menos seis anos atrás, eu que sempre fui trifásica, quase um vulcão em ebulição, comecei sentir fortes dores de cabeça -mais acentuadas e agudas do que as que já havia sentido- especificamente no fundo de um dos olhos, o direito em especial, lado hemisférico do cérebro que pensa em forma de imagens e emoções. Meu raciocínio que sempre fora fotográfico começava não obedecer meus comandos, minha mente... Esquecia tudo (o que virou crônico, ainda esqueço tudo); branco geral e fazia as coisas mais estapafúrdias. Desânimo, desmotivação total; dificuldade para executar tarefas triviais do cotidiano. O pior: nem nossa própria família entende! Como? Se nós, no caso eu, a vítma da história não me entendia? Eu que sempre amei dormir, de repente comecei ter insônias terríveis. Durante quase um ano dormia por volta de 2 horas a noite, sempre ao final das madrugadas. Comecei buscar mais e mais em Deus e através de revelações e logo após, diagnóstico médico, constatava-se uma forte depressão. Como? Por quê? Definitivamente eu não entendia; não havia motivo para que se manifestasse em mim essa doença tida como “A doença do mal do século”.
Para nós cristãos que temos intimidade com o Senhor, um pouco de compreensão da vida espiritual (coisa que eu ignorava) bem sabemos que toda depressão a princípio é de cunho espiritual (no meu caso, com toda certeza), logo após, com o desgaste da mente, o corpo reclama, pois ele que é o sustentáculo para nosso espírito. Onde quero chegar? Através desta entrevista pude perceber claramente que sou uma vencedora, pois com toda certeza tive um AVC (acidente vascular cerebral), não com a gravidade que se deu com a neurocientista americana e na época não sabia pelo simples fato de ter uma compreensão limitada à respeito, e lembrando, longe dela ter o amadorismo e leiguice que eu tinha. Deus em sua infinita bondade me deu, mesmo que para mim involuntariamente, força e munições pelas quais pude lutar, estimular células que muitas vezes profissionais dizem estarem mortas e que o período para uma recuperação significativa ou a não recuperação se percebe até 6 meses após o ocorrido. HOJE CATEGORICAMNTE NÃO PROCEDE! Cientistas constataram que nosso cérebro consegue mesmo que lentamente, formar novos neurônios. Descobri que nossas células cerebrais adormecem como forma de proteção, com tempo e perseverança podem se conectar a rede novamente e voltam a funcionar; elas são capazes de se readaptar para desenvolver novas habilidades, compensando aquelas que porventura se perderam. Enfim, sempre usava a seguinte frase: “Este fato em minha vida foi um divisor de águas: antes e depois do acontecido”, pois em minha concepção achava que tudo que havia sido armazenado em minha memória até então, não havia perdido, por exemplo, a facilidade de redigir, a compreensão de textos entre outras habilidades que eram incrivelmente fáceis para que eu desenvolvesse, por exemplo a memorização de números, todos diziam que eu era um computador ambulante (pelo menos não desaparecem do meu cérebro até o acontecido, memórias antigas recordo todas, mas agora, sou incapaz de decorar meu telefone). Hoje olhando pelo prisma científico, está claro que o hemisfério direito do meu cérebro (aquele que se encarrega das imagens e emoções) foi afetado, graças a Deus o esquerdo ficou intacto.
O importante é que não desisti. Meu aprendizado, minha rapidez mental não são os mesmos; mas com esforço, dia após dia consigo grandes vitórias. O recado é: SE ISSO ESTIVER OCORRENDO COM VOCÊ NÃO PARE! Lute com toda força de seu ser! Se disserem que não irá conseguir, responda que existe um DEUS maior que tudo, que ninguém se torna incapaz depois de um AVC; simplesmente está doente e com ajuda e determinação pode se curar, e você não precisa necessariamente atender ao tempo e ao nível de habilidades que os outros lhe propõe; tente antes de tudo buscar força em Deus e em si, respeitando sempre seus limites. Tente estar sempre aprendendo algo, mesmo que leve tempo; estimule seu cérebro a trabalhar! Comemore cada avanço! Busque inovações... É maravilhoso saber que podemos superar nossas fraquezas e a satisfação da conquista é incomparável e deliciosamente valorosa. Jamais se subestime, independente das circunstâncias! E saiba: Sozinhos somos fortes e em Jesus somos imbatíveis!
Você está vivo... Você já é mais que vencedor(a) em Cristo Jesus! Sempre...
Eu já sou! E você???
C/ amor: Cris

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