terça-feira, 8 de março de 2011

MULHER, FRÁGIL FORÇA

Incrível imaginar como em tempos onde as mulheres eram meras procriadoras, donas de casa sem voz ativa, esposa e mãe submissa ou com muita dificuldade, insistência e ousadia, tiveram a sorte de embrenhar no mundo das letras para se tornarem professoras formadas em magistério, uma das poucas profissões aceitáveis em determinadas épocas para esse tido como ‘sexo frágil’, mas contrariando a todas expectativas e histórias, garantem hoje seu espaço, independência e respeito. Antes uma minoria e atualmente a grande maioria que superam os requisitos até então rotulados e desacreditados: ‘A FORÇA DA MULHER’.
Mais surpreendente ainda, são aquelas que em pleno início do século XX, destronaram dogmas até então inimagináveis e impossíveis, em se tratando da época de sua geração, da repreensão da sociedade fechada em si em suas tradições e formalidades. Um belo e admirável exemplo, Anna Eleonor Roosevelt, uma mulher frágil à frente de seu tempo, que sofreu todas os dissabores de uma vida de complexos por sua compleição e atributos físicos não possuírem nada de atraentes, mesmo para sua época; conheceu todo tipo de traições e dores possíveis, teve uma vida marcada pela infelicidade, mas isso só fez aumentar seu desejo e sua tremenda preocupação com o bem estar da humanidade. Usou de seus infortúnios como armas e munição para dar vida aos seus sonhos e vocação humanitária. Engajou na causa dos pobres e explorados, desprovidos e discriminados; reivindicou um lugar de destaque para a mulher na sociedade e enfrentou retaliações, perseguições e ameaças; até por se ver alienígena numa sociedade que, em suas específicas gerações, não se difere do protótipo em todos os tempos estabelecidos, assim conhecia todo tipo de discriminação e a dor que isso provoca em todo e qualquer ser humano, independente de raça, crença religiosa ou posição social, como era seu caso, nascida em berço de ouro e infeliz. Mas não desistiu de seu intuito, que era o de ajudar e transformar uma situação. Lutou pelos negros enfrentando os Ku klux Klan em defesa de seus direitos civis e de igualdade. Virou um ícone do povo americano e deixou sua marca heróica no país e no mundo. A mulher frágil na aparência e inteligente como poucas, mostrou seu valor, seu amor e se fez grande e nobre.
Conseguiu presidir a comissão das Nações Unidas e lutou até conseguir a aprovação dos Direitos Humanos em 1948: ‘salário igual para um trabalho igual, casamento só com consentimento livre e espontâneo dos futuros esposos, liberdades sem distinção’; algumas entre outros que inspirou inúmeras iniciativas em todo planeta em favor dos oprimidos e minorias, ocasião em que foi aplaudida de pé . Transformou-se numa figura de projeção mundial, foi eleita a mulher mais admirada dos Estados Unidos e chamada pelo presidente da época, Harry Truman, de primeira dama do mundo. Muito do que temos e usufruímos hoje, provavelmente é alheio e desconhecido para muitos, conquistas de lutas travadas e a inserção de princípios básicos e iniciais, assim como a UNICEF, beneficiando as crianças; mais uma organização que essa mulher valorosa ajudou em sua luta pela justiça social. Seria em nossos tempos atuais, precursora da saudosa Lady Di; em se tratando das internacionais; esta, não menos sofrida que ela; mas da mesma forma foi ídolo e destaque dos pequenos e miseráveis de países pobres e, em ambos os casos, deixou o legado exemplo de que beleza ou fortuna não são sinônimos de felicidade, de arrogância e egocentrismo; não são tendências unânimes que impedem um coração cheio de amor e doação quando determinamos algo e genuinamente lutamos em prol de nossos objetivos. A evidência da força da mulher em todas as épocas, séculos e em tempos mais remotos aos contemporâneos, não nos esquecendo de nossas heroínas nacionais; se formos enumerar todas, isso aqui se transformaria em um livro fácil, fácil, pois não podemos nos esquecer de outras gigantes que escolheram lutar coletivamente como: Chiquinha Gonzaga, Irmã Dulce, Leila Diniz, Zilda Arns, que enfrentou seu tempo na iniciativa e criação da Pastoral da Criança em 1983, dedicando sua vida e morrendo por essa causa no Haiti recentemente, mas com certeza, todas movidas e embasadas nesse mesmo amor, aquele mais sublime devotado ao próximo. Méritos conquistados e enfrentados assim como as batalhas pessoais dessas heroínas para enfrentar a insegurança, a rejeição e até mesmo vencer uma depressão, tais sofrimentos, decepções e inconformismos usados sobretudo para transformar suas fraquezas em força, ou quem sabe o simples desejo de doar o pouco que cada uma de nós temos, que somados a outros fazem grande diferença na vida daqueles que não tiveram nem a oportunidade de lutar; o resultado, hoje o colhemos. Milhares de mulheres dignas de admiração e respeito; anônimas, guerreiras que se escondem por todo país e mundo afora, difícil é aceitar o pseudônimo que nos deram como ‘sexo frágil’! Que controvérsia duvidosa! Lute por seus ideais e liberdade, acima de tudo, garanta suas conquistas. Nós podemos... Nós somos capazes!
PARABÉNS MULHER!
By: Cris

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